A Classificação dos Transtornos Mentais e Suas Controvérsias

Sempre me interessei por entender como os transtornos mentais são classificados e quais os desafios envolvidos nesse processo. A categorização das doenças psiquiátricas, apesar de essencial para diagnósticos e tratamentos, não é tão simples quanto parece. Existem críticas à rigidez dos sistemas como o DSM-5 e debates sobre o que realmente diferencia a normalidade de um transtorno. Neste artigo, explico como essas classificações funcionam e os principais pontos de controvérsia que cercam esse tema.
A Classificação das Perturbações Psíquicas
A classificação dos transtornos mentais, como o DSM-5, enfrenta críticas devido à sua abordagem estática, que não considera as flutuações clinicamente observadas. Agrupar os transtornos e compará-los não reflete a diversidade individual nem os conflitos subjacentes. Especialmente em crianças e adolescentes, a classificação enfrenta dificuldades devido à variação da patologia. Essas limitações destacam a falta de um sistema de classificação confiável para transtornos mentais e normalidade.
O Espectro da Regressão da Perturbação Psíquica
Pode-se imaginar um espectro que oscila entre normalidade em um extremo e a psicose no outro. Na linha imaginária entre os dois tipos de situação deve ser observado:
1. O nível da intensidade da fixação ou regressão psicológica, a volta aos conflitos infantis inconscientes, reprimidos.
2. A facilidade e grau, com que a fixação ou regressão se sustenta.
3. Se a regressão é suscetível de modificação e de integração psicológica dos mecanismos psíquicos.
4. Os significados latentes dos sintomas.
Há grupos de transtornos bem definidos e também outros em que há diferenciação menos clara.
A classificação das perturbações mentais é esta:
1) A Normalidade;
2) As Perturbações da Personalidade;
3) A Neurose;
4) A Psicose;
5) Os Estados Borderline (Fronteiriços);
6) As Perturbações Orgânicas.
A Classificação dos Transtornos Mentais e Suas Controvérsias – A Normalidade
O conceito de comportamento “normal” não é absoluto, pois há uma significativa variação da atividade psíquica. Muitos conflitos e mecanismos psíquicos encontrados nas pessoas perturbadas mentalmente, são encontrados também na vida mental dos indivíduos normais, embora haja diferenças de intensidades.
A função mental normal pode ser dinamicamente definida assim:
Implica num equilíbrio estável, num nível relativamente amadurecido do desenvolvimento psicossexual, com uso de mecanismos do ego eficazes e a manutenção de um estado de adaptação compatível com o juízo de realidade.
No capítulo 3, de Paul Dewald, apresentou-se uma definição mais abrangente aqui resumida:
Saúde mental é a capacidade de manter a adaptação madura ante qualquer conflito, é a habilidade do indivíduo de conduzir-se eficazmente sem se estressar, tanto no estresse previsível como no imprevisível. No estado normal, na função do ego ideal, os conflitos são resolvidos de modo consciente, com repúdio dos impulsos inaceitáveis, sem uso de defesas inconscientes, com quantidade mínima de energia psíquica ligada às funções defensivas, sempre orientado para a realidade do processo secundário (lógica, razão), contra o processo primário (sem lógica). O conceito de saúde ideal raramente é realizado por completo, mas pode chegar-se a aproximações parciais.
A personalidade normal, sadia, está livre do sofrimento neurótico em forma de ansiedade doentia, culpa, além de poder criar qualquer área de escolha livre consciente, para obtenção de satisfações.
As Perturbações da Personalidade
Podem variar de moderadas a graves, conforme a intensidade das perturbações. Pessoas perturbadas podem mostrar graus de fixação ou regressão diferentes e significativos.
Nesse grupo o indivíduo faz tentativas repetidas, compulsivas, inconscientes de adaptação, de integração e uso intensificado de mecanismos de defesa, como a formação reativa, repressão, identificação, introjeção, dentre dezenas de outros.
O conflito inconsciente é maior do que nas pessoas normais.
Veja a seguir exemplos de perturbações da personalidade (estudadas no Eneagrama) pelo modo obsessivo de agir:
A. Atitudes rígidas perfeccionistas, tolerância zero (tipo 1).
Transtorno de Personalidade Obsessiva-compulsiva.
B. Excessos para se tornar querido pelos outros (tipo 2).
Transtorno de Personalidade Histérica (histriônica)
C. Obsessão por resultado, muito voltado para si mesmo (tipo 3).
Transtorno de Personalidade Narcisista.
D. Instabilidade emocional grande e vitimização extrema (tipo 4).
Transtorno de Personalidade Masoquista.
E. Pessoas com empatia zero, frias, pouca emoção, isoladas, fechadas (tipo 5).
Transtorno de personalidade de Esquiva, (Esquizóide)
F. Indivíduos com desconfianças e medos intensos (tipo 6).
Transtorno de Personalidade Paranóide.
G. Pessoas adultas com comportamento infantil, sem limites, voltados para si mesmo (tipo 7).
Transtorno de Personalidade Narcisista.
H. Indivíduos agressivos, confrontadores, dominadores (tipo 8).
Transtorno de Personalidade Antissocial.
I. Indivíduos narcotizados, passivos-dependentes, com pouca vontade (tipo 9).
Transtorno de Personalidade Dependente
As pessoas que sofrem das perturbações de personalidade podem ter consciência do problema, mas não querem ou conseguem mudar, outras pessoas não enxergarão a própria perturbação, mesmo sendo advertidas por observadores de fora.
Veja no proximo post sobre neuroses, psicoses e transtornos.
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A classificação dos transtornos mentais é uma ferramenta fundamental para a psiquiatria e a psicologia, mas não está isenta de críticas. Modelos como o DSM-5 são frequentemente questionados por sua abordagem fixa, que pode não refletir as variações individuais dos pacientes. O conceito de normalidade também é debatido, já que muitos aspectos dos transtornos podem ser observados, em menor grau, em indivíduos considerados saudáveis. Além disso, transtornos de personalidade apresentam desafios na identificação e no tratamento, uma vez que muitas vezes os próprios pacientes não reconhecem suas dificuldades. A discussão sobre as limitações dos sistemas de classificação continua a evoluir, impulsionada pela necessidade de abordagens mais flexíveis e personalizadas.
Saiba mais sobre
Por que a classificação dos transtornos mentais é controversa? Porque os sistemas como o DSM-5 são rígidos e podem não considerar variações individuais e mudanças ao longo do tempo.
O que diferencia a normalidade de um transtorno mental? A normalidade é definida pelo equilíbrio psíquico e adaptação à realidade, enquanto os transtornos envolvem sofrimento significativo e dificuldades no funcionamento diário.
Quais são as principais categorias de transtornos mentais? Normalidade, perturbações da personalidade, neurose, psicose, estados borderline e perturbações orgânicas.
Como os transtornos de personalidade são identificados? Através de padrões comportamentais disfuncionais, como rigidez extrema, impulsividade, desconfiança excessiva ou falta de empatia.
Existe um transtorno que seja mais difícil de diagnosticar? Sim, os transtornos de personalidade muitas vezes são difíceis de identificar, pois os próprios indivíduos podem não perceber suas dificuldades.
Há alternativas ao modelo do DSM-5? Sim, algumas abordagens sugerem classificações mais flexíveis, considerando aspectos individuais e influências psicossociais no diagnóstico.

