O Papel do Analisando na Psicoterapia parte 2

O Papel do Analisando na Psicoterapia parte 2
Você já se perguntou qual é o seu papel na psicoterapia? Muitos acreditam que basta comparecer às sessões, mas o processo vai muito além disso. No artigo de hoje, quero explorar a importância da verbalização, da auto-observação e da atenção aos detalhes durante a terapia. Afinal, o sucesso do tratamento depende, em grande parte, do próprio analisando. Vamos entender melhor como isso funciona?
Uma psicoterapia eficaz exige do analisando:
A Verbalização
Na TI a regra básica é esta: favorece-se o falar livre e francamente, os pensamentos e sentimentos, mesmo que sejam embaraçosos, obscuros, angustiantes, irracionais ou incoerentes. Nas primeiras sessões é natural que o analisando não se sinta à vontade para liberar todos os conflitos, por isso é bom o analista não provocar o analisando sobre conteúdos que ele tenta esconder, para não quebrar a atmosfera ideal, a aliança psicoterapêutica. Se provocar o analisando ele poderá se sentir acuado, se fechar, e ficar precavido em excesso. O modo como o analista reage ao material do analisando é que vai determinar se este segue sendo sincero ou se, sentindo-se culpado pelo que diz, será mais cauteloso, ocultando material para a TI.
Na TI há uma outra regra básica: é o analista ficará mais passivo, ouvindo com escuta ativa, intervindo apenas para manter a verbalização fluente, usando meios táticos como perguntas ou direcionamentos. Algumas vezes é preciso mostrar ao analisando a sua insegurança para tomar iniciativas para falar (regra básica), o que seria indicativo de resistências (“eu não falo e ele não descobre o problema principal que pode me comprometer”).
Na psicoeducação é tarefa do analista mostrar ao analisando que ele precisa falar sem restrições para que a psicoterapia funcione.
Lembrar que é comum o analisando ficar em silêncio (não se revelar), para testar o analista quanto à paciência, a empatia, o acolhimento, atitudes não críticas, reação moralista, etc.
Na TA não há necessidade de incentivar o analisando falar muito, franca e livremente. O analista vai sugerir tópicos, fazer perguntas diretas. A ênfase será colocada nas reações percebidas conscientemente pelo analisando e não será explorado informações introspectivas, regressivas e inconscientes.
Auto-observação
Na TI a regra básica é o analista motivar o analisando se auto-observar profundamente. Depois de falar sobre uma experiência conflituosa de modo regressivo (voltar à infância) ou não regressivo, com descarga emocional, o analisando é encorajado a afastar-se emocionalmente de si próprio, observar, refletir, sobre o que acabou expressar oralmente e de sentir. O analista pedirá ao analisando usar o processo secundário consciente (*) para explorar o que acabou de manifestar. Mostrará que o que acabou de expressar se relaciona com o material mais profundo. A descarga emocional é um meio para se atingir o objetivo final da TI, que é o controle eficaz dos processos mentais secundários. Dessa forma o analisando desenvolve um fluxo e refluxo (vai e vem), entre a automanisfestação regressiva do conflito infantil e a auto-observação e reflexão progressiva adulta, acerca do que foi manifestado.
(*) Uso da lógica, razão, da causa e efeito.
Na TA, a regra básica é permitir que os analisandos possam se expressar prolongadamente e de forma emocional aguda, desabafar. Nesse caso o analista deve evitar que depois do desabafo, o analisando tome distância emocional de seus problemas e se autoanalise de modo profundo, reflexivo, mas no senso comum, para não provocar regressões inconscientes.
Os Detalhes
Na TI a regra básica é encorajar a verbalização dos detalhes do material psíquico reprimido (pensamentos, experiências, sentimentos), conteúdos que podem ser os elementos cruciais para a solução do conflito. A generalização ou evitação dos detalhes pode representar uma defesa do que foi reprimido. Favorecer a expressão de detalhes ajuda a descobrir o que foi reprimido.
Na TA, a regra básica é o analista não direcionar o analisando para os detalhes, pois poderia provocar a eliminação da repressão, e esta deve ser mantida como estratégia fundamental da TA. Na TA permite-se a verbalização dos detalhes apenas como forma de defesa, como por ex., aborrecer o analista, chamar a atenção, irritá-lo.
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O artigo explora a importância do analisando na psicoterapia, destacando três pilares fundamentais: verbalização, auto-observação e atenção aos detalhes. A verbalização permite que pensamentos e sentimentos sejam expressos livremente, sem medo de julgamento, promovendo uma aliança terapêutica sólida. A auto-observação incentiva o analisando a refletir sobre suas emoções e comportamentos, promovendo maior autoconhecimento. Já a atenção aos detalhes auxilia na identificação de conteúdos reprimidos que podem ser cruciais para a resolução de conflitos internos. Diferentes abordagens terapêuticas, como a Terapia Intensiva (TI) e a Terapia Analítica (TA), lidam com esses aspectos de formas distintas. Enquanto a TI incentiva a exploração profunda, a TA evita a regressão emocional, focando no desabafo e no direcionamento do paciente. O artigo reforça que o engajamento ativo do analisando é essencial para o sucesso da psicoterapia.
Saiba mais sobre
Por que a verbalização é essencial na psicoterapia? A verbalização permite que o analisando expresse seus pensamentos e sentimentos livremente, ajudando no autoconhecimento e na criação de uma aliança terapêutica sólida.
Como a auto-observação contribui para o processo terapêutico? Ela incentiva o analisando a refletir sobre suas emoções e comportamentos, promovendo um entendimento mais profundo sobre seus conflitos internos.
Qual a diferença entre a TI (Terapia Intensiva) e a TA (Terapia Analítica)? Na TI, há um incentivo à exploração profunda de sentimentos e pensamentos reprimidos. Já na TA, o foco está no desabafo e em evitar a regressão emocional.
O que acontece quando o analisando evita falar sobre seus problemas? Isso pode ser um mecanismo de defesa que impede o progresso terapêutico, dificultando a descoberta de conflitos inconscientes.
Por que os detalhes são importantes na TI, mas não na TA? Na TI, detalhes ajudam a revelar conteúdos reprimidos. Já na TA, eles podem ser evitados para manter a repressão como parte da estratégia terapêutica.
Como o analista deve agir para estimular a verbalização do analisando? O analista deve adotar uma escuta ativa, evitar julgamentos e criar um ambiente seguro para que o analisando se sinta confortável em compartilhar suas experiências.

