Psicanálise Fácil e Prática – Artigo 6

Psicanálise Fácil e Prática – Artigo 6

psicanalise

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O Aparelho Mental segundo Freud

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, observando os seus pacientes (também chamados de analisando), verificou que parte da nossa vida mental é inconsciente, e não temos acesso pelo pensamento consciente.
Freud iniciou seus estudos com a hipnoterapia, técnica que usa o estado alterado da consciência, análise de sonhos e sintomas neuróticos (transtornos mentais) dos analisando e com a sua própria autoanálise.

Segue abaixo conceitos básicos do idioma “freudanês”, para entendermos a teoria psicanalítica. As estruturas psíquicas citadas a seguir são conceitos uteis para a compreensão da mente, da sua psicodinâmica, e não correspondem a qualquer tipo de estrutura física do sistema nervoso central, nem a grupos de funções fisiológicas ou neurológicas psicodinâmica: atividade da psique (mente) humana.

1. Consciente: é definido pelas funções mentais que são observadas pelo analisando no momento presente, como os pensamentos, sensações, sentimentos; o analisando focaliza a atenção e tem conhecimento consciente do que está acontecendo.
Ex.: se uma pessoa estiver pensando numa canção e souber o nome dela, neste momento, ela está consciente.

2. Pré-consciente: é definido pelas funções mentais que estão, num certo momento, no consciente e com mínima energia psíquica podem ser trazidos ao consciente do analisando.                                                                  Ex.: se uma pessoa não estiver pensando numa canção, mas se a sua atenção for voltada para ela porque a indagaram, se ela citar o nome da canção de imediato, a canção estaria no pré-consciente.

3. Inconsciente: é definido pelas funções mentais que não fazem parte da percepção consciente presente do analisando, exigindo significativa energia psíquica para serem trazidos à consciência.                                            Ex.: o nome da canção está “na ponta da língua”, mas apesar do esforço para lembrar não consegue. A canção e o seu nome estariam no inconsciente.

4. Inconsciente reprimido: é definido ao que é inconsciente por efeito da repressão, um dos mecanismos de defesa da mente.

5. Energia psíquica: é definida como as forças que se apresentam em diversas intensidades relacionadas à motivação do indivíduo.

6. ID: parte da mente que representa as forças instintivas impulsivas originadas da constituição biológica do individuo. Há muitos tipos de impulsos no ID, os mais conhecidos são os sexuais e os agressivos. O id é a parte totalmente inconsciente, funciona de acordo com o principio do prazer e do processo primário. Pode-se dizer em palavras simples, que o ID é a parte louca da mente, a parte descontrolada.

7. Principio do prazer: conceito que envolve os instintos que procuram satisfação direta e imediata. Os instintos (impulsos) variam de intensidade e quanto maiores forem, maior será a pressão para a descarga e satisfação imediata, reduzindo dessa forma a tensão. Os impulsos não levam em conta a realidade ou os efeitos da descarga.

8. Processo primário: modo de pensar da infância, inconsciente, inconsequente, sem regras, racionalidade e lógica, despreza as relações de causa e efeito. O processo primário permanece indefinidamente já que as funções do ID, além de serem de todo inconscientes, não sofrem influência do aprendizado e da experiência. Para exemplificar o processo primário: nos sonhos não há lógica, tudo pode acontecer magicamente, absurdos, contradições. Então, os sonhos são regidos pelo processo primário, neles o ID se realiza.

9. Processo secundário: modo de pensar maduro adquirido pela aprendizagem, experiências, ensaio-e-erro, educação, lógica, causa e efeito, sequência.

10. Superego (consciência moral). Parte da mente consciente, pré-consciente e sobretudo inconsciente, modo de atuar paternalista, cuja função é julgar criticamente as outras funções mentais, com um padrão moral de certo-errado, bom-mau, recompensa-castigo, com considerações de punição e recompensa, as mais primitivas e arcaicas. O superego surge desde a mais tenra idade da criança na tentativa de identificar-se com os pais. Envolve projeções da criança em seus pais dos próprios impulsos hostis dela e também distorções que a criança faz dos pais. O superego inclui também a imaginação e fantasias infantis de um ego ideal.

11. Ego: processo mental, parte consciente, pré-consciente e inconsciente, cuja função é reconhecer as forças psíquicas que influenciam o indivíduo sintetizando-as e integrando-as para manter um estado de adaptação. O ego implica percepção, memória, pensamento, inteligência, juízo, valoração das situações e opera pelo princípio da realidade, pelo processo secundário, em oposição ao princípio do prazer do ID.

Os mecanismo psicológicos de defesa do ego (a serem estudados nos próximos capítulos) operam no modo inconsciente. A maior parte do desenvolvimento do ego ocorre nos primeiros cinco anos de vida e evolui à medida que o indivíduo amadurece. Comparando uma criança de um ano e depois com cinco anos, pode-se verificar importantes diferenças de ego. No
envelhecimento do indivíduo há significativa deterioração das funções do ego, por isso os idosos tendem a agir como crianças, quando bem avançados na idade.

Estes conceitos iniciais psicanalíticos citados sobre o aparelho mental formam uma teoria útil que nos ajuda a entender como o nosso psiquismo é dinâmico, como funciona a mente, como surgem os conflitos, a ansiedade, os mecanismos de defesa do ego, a formação da nossa personalidade, a origem dos transtornos mentais (as neuroses) e como fazer o devido tratamento
psicoterapêutico, baseado na teoria psicanalítica freudiana. Tudo isso será estudado minuciosamente nos próximos capítulos.

Outros conceitos, estratégias e táticas psicanalíticas formam o idioma ‘freudanés” e também serão estudados: transferência, contratransferência, resistência, regressão, insight, apoio, o processo psicoterapêutico, as indicações da psicoterapia, a avaliação do analisando, o contrato psicoterapêutico, o papel do analista e do analisando.

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