Questões para avaliar o analisando e indicar a TI ou TA pt 2
Questões para avaliar o analisando e indicar a TI ou TA
Como vimos no post anterior, o processo de avaliação para escolha de indicar a TI ou TA entre Terapia de Insight (TI) e Terapia de Apoio (TA) requer uma análise minuciosa dos fatores do paciente, incluindo o estado do superego, a idade e a natureza da enfermidade. Além disso, destacamos a importância da sensibilidade às necessidades individuais do paciente para uma seleção adequada da terapia. Agora, neste segundo post, aprofundaremos nossa compreensão sobre esses aspectos, visando oferecer insights valiosos para uma prática terapêutica mais eficaz.
10. História Clínica & História familiar.
Clínica: o desenvolvimento da doença ao longo da vida do analisando.
Familiar: É o material ligado ao passado do analisando.
11. Comportamento na entrevista
É o modo como o analisando reage ao analista, às perguntas e situações na entrevista. Exemplo: o analisando manifesta verbalmente uma situação, mas suas atitudes ou movimentos corporais são mais reveladores do que as verbalizações.
Na entrevista o analista avalia a disposição psicológica do analisando, projeções, os pensamentos e sentimentos, os conflitos, a vitimização, a capacidade de explorar a si mesmo, reações emocionais, capacidade de relacionar-se com o analista, se olha diretamente para este, se demonstra confiança, quanto o analisando trabalha por si próprio ou quanto é dependente do analista, estados psicóticos, pensamentos mágicos e perturbações. Todas estas informações e percepções sobre o analisando muitas vezes serão mais úteis que as informações obtidas sobre o passado do analisando (história clínica). Várias sessões podem ser necessárias para se obter informações sobre o analisando importantes para a indicação exata da psicoterapia, TI ou TA.
12. O contato com os outros
Entrevista com familiares do analisando pode ser útil ou não. A parte positiva é que pode trazer informações que o analisando esconde. Por exemplo, ele esconde que escuta vozes, para se defender de um diagnóstico de esquizofrenia ou ser internado numa clínica psiquiátrica. O lado negativo: não fazer entrevista pode criar obstáculos, porque os familiares podem se sentir deixados de lado, pois muitas vezes estão muito interessadas em ajudar o familiar. Numa entrevista junto com o analisando o parente pode se sentir inibido para falar. Já quando a entrevista é separada, o parente ou o analisando podem querer que o analista tome partido. Nesses casos as informações podem ser boicotadas ou distorcidas. Querer ver o parente pode fazer o analisando entender que ele não tem condições de resolver as próprias questões. Muitas implicações podem ocorrer nas entrevistas com familiares.
Em geral, se o tratamento está mais favorável para a TI, menos aconselhável será falar com os parentes. Se o tratamento for dirigido para a TA, com foco em suicídio, psicoses, auto-destrutividade, pode-se fazer entrevistas com familiares.
13. Testes psicológicos
Legalmente são realizados apenas por psicólogos. Podem ou não ser úteis. Testes psicológicos são controversos, muitos deles confusos, e só pioram a situação porque podem ajudar a rotular o analisando, que passa a se sentir oficialmente doente mental.
14. O Eneagrama
Sistema de autoavaliação da personalidade feito pelo próprio analisando. É muito útil, especialmente na TI porque economiza muito tempo, energia e sessões de psicoterapia. O Eneagrama aqui comentado não está no livro de Paul Dewald.
15. Outros testes diagnósticos
É importante o analista saber sobre exames ou testes
feitos por especialistas, médicos ou não. Poderá obter
informações que ajudarão na avaliação do analisando e no plano de tratamento.
16. O prognóstico é um raciocínio aproximado do potencial do tratamento, o quanto será positivo. Só com o andamento das sessões se poderá ter uma certeza dele.
Resumindo: a avaliação do analisando e a escolha do tratamento, se TI ou TA, implica numa grande variedade de fatores e tudo dever ser bem explorado e pensado.
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